quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Eis que surgiu uma imagem no espelho. Ainda intacto, o espelho mostrava um reflexo aos pedaços. Era difícil encontrar uma simetria naquele rosto que, apesar de bonito, mostrava os cacos de uma decadência inevitável. O rapaz sabia, sim ele sabia, que o futuro só não era mais infame que o passado, mesmo assim ele quis voltar para um certo dia onde ele fora menos partido. Então partiu. Calou aquele grito espontâneo que surgia do âmago para retornar ao seu mundo de outrora. Como é bom, ele pensou, como é bom não ser o hoje agora. E o futuro só existe pela minha essência do ontem? Que confusão é parar e pensar no tempo. Talvez ele seja uma dessas coisas que a gente não precisa pensar para existir, vai de encontro a Descartes, mas conforta essa inquietude que é não saber lidar com o tempo.

Um comentário:

Victória Freitas disse...

Eu sou apaixonada por seus textos...