sábado, 24 de outubro de 2009

Da existência

Folha seca sem vida
Foi feita vida sem querer
Sem medo ou vergonha caiu ao mundo
Sê adulto!
Sê fruto!
Sê o que tiver de ser...

Folha de quem for,
fora folha ao amanhecer
mal me quer ou bem me quer,
nada importa.
Caiu ao mundo ao acaso durante a noite

Abaixo dela havia alguém [eu?]
Braços abertos a espera de quem? [alguém?]
O céu não pariu ninguém!
O pensamento vai contrário à gravidade,
Caí ao mundo feito folha seca.

Se se cai no escuro por opção
Não se tem na cabeça muita coisa
A solidão é maior que a inclusão
Na terra onde o céu é mais bonito
E o outono menos cruel.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

E por isso somos feios, por não querer mais ser. Desprovemo-nos do que nos restava pelo simples fato de não saber mais o que fazer com a vida. Nas segundas, o dia sempre acorda amargo. Nas noites do domingo, sempre se dorme com pesar e as quartas são sempre cinzas, mesmo que não chova.

Somos feios também por padronizar a beleza, por não mais individualizar as qualidades, massificando o agradável e o desagradável, impondo limites e falhas uniformes, sendo uma pessoa só dentre outras tantas bilhões. O mundo deseja ser uma pessoa só. A pessoa que está na capa da revista, na televisão e que não é de verdade.