domingo, 21 de setembro de 2014

Ato

O verbo é pouco.
Na frase do louco, o sujeito se perde
e, impessoal, vira a chama que queima o sentido.
Afinal, não é a ação que faz a forma, ela deforma o fato.
Nasce o ato.
O ato é a parte plena do sujeito despido
como aquilo que se rumina, por fim, sendo cuspido
No chão, então, talvez em arte, a parte que fala:
Cala!

É o que se ouve.
É o que houve.
É o que há.

De humano resta ser o que não presta
O que se vê da fresta,
O que se confessa
E, sem pressa,
Deliciar a leveza da vida exposta
No grito legítimo da voz que, sem medo
Pouco se atenta à resposta.