quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A esperança fica em baixa perto do cinza faraônico da metrópole. O sentimento que outrora caminhava junto aos sonhadores, hoje, se estes ainda existirem, trazem consigo uma revolta tímida, muitas vezes forjada. Intrigante. Revolta sempre foi motivo para mudanças de resultados positivos para o todo. Pode ser que o dicionário tenha mudado ou o medo esteja maior que revolta. A sociedade desde o seu princípio foi marcada por mentes que tentaram mudar sua realidade através de atitudes divergentes à normalidade injusta, onde foi parar o espírito revolucionário? Ele é relevante no aspecto social da globalização onde tudo é padronizado? Não fazem mais Guevaras como antigamente.
A sociedade vertical estabelece padrões desnecessários para a sobrevivência entre as pessoas. O que foge à regra, se torna errado e merecedor de olhares tortos. Sem a necessidade disso, aqueles que ficam às margens sociais se enclausuram em suas idéias de igualdade humanamente, ou socialmente impossíveis. Comparar-se então, se torna uma prática diária de qualquer vivente capitalista.
Adianta querer mudar, ao passo que as mudanças são mandadas diariamente para dentro de casa de forma igualitariamente pré-definidas? Hoje é a TV que liga e desliga sozinha, que tem três dimensões e uma imagem nunca antes imaginada. E amanhã? Será que amanhã esta será de fato uma realidade, e como toda realidade será real para a maioria da população? Difícil.
O fato é que a sociedade vem se afunilando para a perfeição aparente. Uma vida de ostentação. O mundo tem ETs que são daqui mesmo. É, desses que andam em máquinas superpoderosas, que têm olhos biônicos e tecnologia avançada. O bom brasileiro - ou de qualquer outra nacionalidade que não viva no estandarte do luxo -, diz que não existe e que só pode ser coisa do cinema de Hollywood, daquele diretor famoso que nunca se lembra do nome e lendo o jornal, diz que tudo é fase. Fase de pobreza, fase de miséria, fase de comprar uma geladeira nova e a fase da indiferença, quando acaba? Toda fase tem um fim, não é? A geladeira nova fica velha, a pobreza aumenta e a indiferença está sempre ali.
A menos que o mundo acorde, que as pessoas passem a respirar o seu próprio ar e sejam felizes com aquilo que realmente são, esquecendo das devoções a ícones e padrões, as pernas do jargão “sistema” caminharão cada vez mais para a exclusão. Coitadas são as crianças que nascem hoje fora do berço de ouro. Tudo agrega, mas se aprendeu rapidamente a subtrair, o mundo corre o sério risco de terminar em saldo negativo, e aí, a culpa é de quem?