segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Quando todos terminam, eu começo, isso seria relevante?

Parado, sentado, olhando o alaranjado abóbora do céu ser misturado com o negro azul da cor daqueles olhos que queria ter visto a cada nova manhã, mas aprendi a gostar daquele verde mata atlântica como ninguém, acho até que aderi a idéia da preservação da mata por conta daquela amável cor. Odeio fazer retrospectos. Sempre surgem aquelas lágrimas inesperadas que dão a cada nova palavra um quê de cinema, mas a que mais instiga o dia 31 de dezembro? O que pensamos mais nessa data que não seja os 364 dias anteriores e o que fizemos para que eles merecessem ser chamados de dias. Eu não sei se cumpri todos meus ideais pra este ano, tinha tanta coisa em mente, tantas idéias malucas pairavam sobre minha cabecinha naquela noite em que o céu adotara milhares de cores como se fossem suas de verdade, nem que sejam por míseros minutos, mais foi nesse tempo em que ao olhar pro céu prometi, rezei, chorei, ri, brinquei de imaginar aquilo que posso tentar ser, brinquei de destino. O que é o destino afinal? Acho que tenho uma relação de amor e ódio com ele, me pregou peças, me trouxe divinos momentos mas ainda não tenho certeza se acredito nele, acho que é como o oxigênio, precisamos dele, não o vimos, mas ele está sempre ali.
Coitados daqueles que nascerem no quartenário dia 29, farão aniversários apenas com as olimpíadas. É tão triste ver que o tempo passa porque tem que passar, você mesmo sabendo disso continua não aproveitando, e fazendo tudo o que deveria fazer a cada segundo, esse é um dos sentimentos do dia 31. mas também é o dia de lembrar das alegrias, das amizades e daqueles anjos que estavam sempre ao meu lado sem cansar, sem precisar de nada apenas de meu amor e mais nada. Amigos, amigos e amigos, respiro eles, vivo deles, mas me alimento e me sustento naqueles que carregam nas veias o que também tenho. Nesses próximos 366 dias quero fazer o que não fiz nos últimos mostrar do que realmente sou capaz, acreditar em mim mesmo e chega de promessas inválidas assim como as do ano passado, quero viver o agora sem preocupações, mas é uma pena que isso só exista mesmo nas claras páginas dos livros que leio. Por falar em livros, passo a meia noite de hoje, como mais uma página virada, uma página pesada, carregada de sentimentos e emoções e que será sempre lembrada como a que não foi melhor que a anterior, e muito menos a que antecede a anterior, mas que deixa aquele gostinho de quero mais e uma curiosidade amarela de querer saber como tudo vai acabar, afinal tudo tem um final até este ano que em meados de agosto parecia que nunca mais ia acabar. E pra fugir um pouco daquele clichê de que é preciso saber viver (isso não significa que eu duvide das palavras de Roberto Carlos), digo que é preciso doar-se a vida sem precisar conhecê-la porque é a cada novo alaranjado abóbora pairando sobre o céu que aprendemos a dar valor a cada suspiro, porque nos entregamos ao desconhecido dia que nos sorriu com aquele acolhedor nascer de sol.
Só de saber que amanhã já é ano novo dá aquele virada no estômago, mas por enquanto quero apenas virar minha cabeça, gritar bem alto e ser feliz, tão feliz quanto nunca fui e saber ver que eu sou aquilo que sou e nada vai mudar mesmo eu lutando ou não. Hoje quando o céu não for mais céu e se tornar em um grande televisor para as milhões de pessoas com os pés nas águas do atlântico pretendo não prometer, não pedir, não procurar, pretendo apenas ser.
Porque quando todos terminam eu começo, não podemos esperar o dia nascer para fazer dele especial.