domingo, 27 de abril de 2008

Quando termino de ler um livro, paro por alguns minutos como se voltasse a realidade lentamente a procura de um chão, de um suporte. Existem coisas que são ditas sem muitas explicações, já outras que necessitam de grandes explanações complexamente embasadas em acontecimentos ou fatos reais e quem sabe até mesmo fictícios. Muito mais vale acreditar na certeza de palavras curtas e concisas do que viver em um mundo que existe apenas num balão movido a dicionário. É inegável a necessidade de um vocabulário extenso, mas nada tira a força de um sim ou um doloroso não.
Existem coisas que nunca foram ditas e que provavelmente ficarão por muito tempo, ou até mesmo abraçadas a eternidade, sem serem ouvidas. Certa vez alguém me disse que a felicidade é feita pelas nossas atitudes e apenas as gaivotas que voam mais alto, como Fernão Capelo Gaivota, encontraram a si mesmo e quem se conhece com plenitude pode dizer que é por completo feliz. Pois no Pequeno Príncipe se lê que o essencial é invisível aos olhos, digo que meus óculos vêem o invisível, não me faço especial, apenas percebo a intenção da frase, mais importante do que o material é aquilo que não se toca, tudo o que podemos sentir, sinestesia é uma qualidade pertencentes poucos. Além de coisas, me lembro de momentos, únicos e ímpares feitos por causas ínfemeas, seja um tapa na cara, seja uma conversa ou quem sabe o próprio silêncio. Na verdade as circunstâncias são as maiores culpadas, tudo provém deles e elas, ironicamente, são oriundas de nós mesmos. Tudo é tão grande aos meus olhos, que daqui de baixo tudo é ofuscado e às vezes sem sentido a esses olhos míopes.
Se fico imaginando o inimaginável ao terminar um livro, o que se pensa quando termina-se de ler um descargo de palavras?

domingo, 20 de abril de 2008

Sinto falta de coisas que não voltam mais, mas isso é tão óbvio que nem vale a pena expressar através de palavras, é só prestar atenção em um olhar ou quem sabe um gesto já basta, para que perceba como existem coisas que se vão sem necessidade.
Espero aprendar com certas coisas, na verdade com a ausência delas. Há pessoas que fazem de um curto espaço de tempo um longo período muito bem aproveitado, obrigado. Tenho sorte ter pessoas assim ao meu lado, que fazem de mim isso, que não sabe o que fazer mas que acho pensa entender muito de si mesmo a ponto de escrever o que sente, mas eu sei muito bem que na verdade atiro no escuro que se trata de mim mesmo.

domingo, 13 de abril de 2008


O garoto magrelo, que outrora observava o crepúsculo, se viu rodeado de notas compassadas e ritmadas, o incrível é que ele fazia parte delas, ele era uma delas. Após sentir-se uma sinfonia junto a seus amigos, saiu pela noite com pedaços dele mesmo, viu o verdadeiro sabor da amizade quando deitado no chão encostado no amor e na amizade, sendo acariciado pela sinceridade ele olhou as estrelas e pensou: "Não há nada que eu queira além disso". Fechou os olhos por um instante e quando deu por si já era dia, as estrelas saíram de cena dando lugar para um sol que acalmava, mas um frio desesperador. Acompanhado de todos os sentimentos atravessou o mar que o separava da simplicidade, e foi aí que ele encontrou uma felicidade que nunca tinha provado, porque a que ele sentiu na última noite apesar de única, era habitual. Navegou dentro dele mesmo, provou do néctar da alegria e pensou: "Não há nada que eu queria além de tudo isso".

Uma semana passou, como um vagão carregado de carvão, foi tudo tão rápido e mecânico que era como se nada tivesse acontecido, aí se vê a intensidade das coisas, dois dias valeram muito mais do que um intervalo entre segunda e sexta-feira. Apesar de não muito aproveitados, esses cinco dias neutros valeram também, pois neles houveram também aquelas gotinhas de felicidade que fizeram do rosto deste menino, não mais um quadro sem emoção alguma, mas sim uma mistura de tudo, retas, curvas, cores e sons. O que não é definido, nos cabe definir e são essas coisas indefinidas que valem a pena. Defina amor por exemplo, ou melhor, defina amizade.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Às vezes há tanta coisa em mente, que os olhos recebem uma súbita cegueira e vamos apenas com a (in)consciência, e aqui não vemos nada além de nós mesmos. Não é egoísmo, não é egocentrismo, é realidade. Acho que o mundo vêm às pessoas com muita velocidade num curto espaço de tempo, é preciso ser forte, atento e calmo.
Acho que uma parte da janela de sonhos se fechou, e isso já tem muito tempo, mas eu não via, ou melhor enxergava demais, percebia coisas onde não existia absolutamente nada. Agora pelo incrível que pareça a janela cresce mais rápido do que nunca, tão rápido quato as asas do beija-flor que toca teu nariz a procura da doce felicidade que demonstras com um sorriso tão puro e verdadeiro.

Muito maior é o barulho do vazio,
Cresce, vem tomando conta e some.
Vai pra bem longe,
Ao mesmo tempo que tão perto,
tão distante de mim.