quarta-feira, 21 de maio de 2008

Apesar de tudo ainda somos os mesmos.

Há na sociedade uma constante e pesada idéia de competição, independente do assunto em que se aborda e decorrente disso o diferente acaba se destacando. Os jovens em geral, vivem em um mundo isolado a tudo, repleto de divergências e dúvidas. As relações entre as pessoas estão se tornando cada vez mais impessoais, e são caracterizadas pela rapidez em que se dissipam, os meios de comunicação facilitaram com que fosse criada uma nova identidade para os jovens, uma nova maneira de pensar. Na verdade a mentalidade juvenil deve ser representada por um grande ponto de interrogação enfeitado com muitos piercings, tatuagens e muita rebeldia.
É comprovado historicamente que a partir do século XX os jovens passaram a ter um papel diferenciado na sociedade, os ideais que anteriormente eram oprimidos ou expressados nas metáforas que estampavam os poemas conflituosos e intrigantes passaram a tomar forma, seja por sutiãs queimados, corpos tatuados ou músicas que levam consigo opiniões escancaradas, o ponto de vista dos jovens hoje tem corpo, nome, sobrenome e muita força. A juventude graças a isso passa a ter uma maior relevância, torna-se um sinônimo de revolta e explosão de idéias, os jovens nada mais são do que reflexos de uma nova geração que nunca envelhece.
Após muito lutar pela independência familiar e quando finalmente provam do doce sabor da liberdade percebem que o mundo é bem maior do que denunciavam as quatro paredes de um quarto enfeitado com pôsteres, havia por trás daquele mundo particular uma diversidade de pensamentos, atitudes e comportamentos que chamam o jovem inevitavelmente a experimentar, o caráter formado pelos pais, circunstâncias e experiências acaba sendo camuflado, dando origem a uma nova identidade. É nessa fase em que se sente a necessidade de diferenciação, pois até então, quando crianças, não era importante a individualidade e sim estar entre amigos. O problema não está na peculiaridade mais sim o caminho até ela, muitos jovens esquecem de seus valores e criam um mundo novo, mas esquecendo que este microcosmo pertence a um universo real que não teme a exclusão.
Temos demonstrações diárias de inconseqüentes atos juvenis que geram conseqüências desastrosas para a sociedade e principalmente para quem os fazem. Não é se sobressaindo dos demais que encontraremos a felicidade, antes do reconhecimento a felicidade se esconde na confiança pessoal e no amor próprio. Se for um caminho tatuar-se, pintar-se fazer do seu corpo o que bem entender que seja feita a vontade do jovem, mas é crucial que a essência nunca seja perdida. Faço minhas as palavras de Saint-Exupéry, não precisamos ver, apenas precisamos sentir, porque o essencial é invisível aos olhos. Os jovens não devem se prender a imagem, apesar de conturbada, sua mente deve saber interpretar os múltiplos impulsos provindos do externo utilizando-os em suas vidas, independente de adornos.

domingo, 11 de maio de 2008


Isso é um desafio, sem quebra-cabeça de palavras hoje. A impressão que dá é que tudo segue do jeito que sempre foi, mas é visível que alguma coisa mudou. Ao sair com um destino delimitado imaginamos milhões de coisas que podem ser feitas neste tal lugar. Feitos os planos milaborantes vimos que proestimamos, nada pode ser feito a não ser entregar-se a mesmice. Aí, percebe-se que é essa mesmice, essa mesmo a de sempre, que você tanto precisava. Apesar de algumas pessoas terem mudado suas atitutes, mais afoitas, menos encabuladas ou até mesmo mais dançantes, é transparente o sentimento dentro do olhar de cada um.

Mais uma vez me peguei a observar gestos, é estranho quando o olhar se perde do foco, ele toma vida própria e carrega os pensamentos pelas suas vontades, e esses pesamentos esperam atitudes, mas o senso prende, repreende e guarda num local de onde nunca mais sairá, é a sensura de você mesmo. Mas com toda essa opressão, não há sorriso permanente, existe sim um sorriso, mas ele é apenas aparente.

Andam dizendo que tudo isso que acontece, toda essa vida repleta de barreiras e trilhas ofegantes é culpa dos hormônios. Na mente agora me veio ferozmente a testosterona terrorista, com faixas alusivas a dor e armas contra a serotonina. Não gosto de culpar a falta ações físicas por questões biológicas, cada um é culpado pela falta do seu nicho, nada de misturar as funções. Pra ser bem sincero não há culpado maior do que esse conjunto de idéias que não sai do pensamento, pensar é ótimo, mas em excesso, havemos de convir, que se torna idiotice.

Seria impossível não citar hoje, logo hoje, um ser especial a todos, que atura teus desaforos e que se vê beleza em qualquer gesto. Aquela pessoa que mesmo que você suje tudo, se machuque e mesmo assim ainda estiver com sorriso no rosto ela retribui gintilmente a felicidade obtida através do teu olhar e diz "O que importa é a sua felicidade". Atribuindo o nome a seu significado "Nome que significa preocupação pelos outros e por tudo que a rodeia. Pessoas que valorizam a amizade e a solidariedade. Costumam estar sempre dispostas a prestar toda a espécie de ajuda a quem solicita" Mãe não há nome melhor, não há mãe melhor. Por todas as lágrimas derramadas em conjunto, por todos os gritos, pelas palmadas, repreensões, castigos e acima de tudo pelo amor que como uma fonte inesgotável transborda pelos teus olhos: OBRIGADO. Não é apenas gratidão, 23 cromossomos meus são iguais aos seus acho que tudo isso é uma questão biológica mesmo.

Sob as palavras, está aquilo que se sente, não existem palavras ainda, nem com todo o neologismo, que possam descrever um sentimento verdadeiro. Irregularmente em uma função que relaciona circunstância com emoção desenha-se o amor, seja ela por quem te deu a vida, a quem perderia a vida, a aqueles que sem não se teria a vida.


E aquela promessa de não brincar com metáforas fica pra próxima, acho que está no sangue, ou quem sabe no momento, depois de ver o mundo piscando, sentindo o chão tremer e a sensura de si mesmo a pino, não se consegue expressar com plenitude o que se sente, não acha?

domingo, 4 de maio de 2008



Como que alguém que compra roupas na seção infantil se sente no direito de falar ou pensar coisas objetivas (mesmo que as vezes de forma subjetiva) a respeito do mundo e tem a ousadia de se achar "Relevante"? É estranho mas a conclusão é que o que importa não é a maturidade e sim a sua visão de mundo, expô-la ou não é uma escolha mais do que pessoal. O que significa então os sermões que nos induzem a maturidade para um melhor compreendimento do mundo? Não querendo obviamente desvalorizar a maturidade, mas às vezes ela se faz desnecessária e irrisória. Voltando mais uma vez a mentalidade infantil, uma criança pode tirar conclusões a respeito do seu mundo, julgá-lo e simplesmente despreza-lo. Precisou crescer para fazer isso? Vamos dar tempo ao tempo, driblando se possível, não quero ver o tempo passar sem motivos simplesmente porque é necessário, eu mesmo quero fazer meu próprio mundo girar, apenas eu tenho esse poder.
Cada um tem seu mundo, isolar-se é inadequado, mas as vezes prestar atenção na sua própria órbita é de suma importância. Mas sabe o que é o mais estranho? Depois de sucessivos dias de chuva, seus olhos se acostumam com o escurinho do outono molhado, abre-se o sol e você nem percebe que sua janela está fechada para o mundo há mais de três dias, com a lâmpada de Thomas Edison acesa. Senhor Edison, sem menosprezar a sua inestimável inteligência, eu precisaria estar usufruindo de seu invento agora? Ou melhor, deveria estar aqui? Pensando bem, essa espera por um astro errante em minha órbita é mais do que agoniante.

sábado, 3 de maio de 2008

Misturando tudo dá uma linda história, ou melhor daria. Não sei se é a chuva ou se é essa música que não pára de tocar em meus pensamentos, existe sim um resquício.
Caminhando por entre pessoas, percebemos milhões de feições, muito diferenciadas por sinal. Além de carrancas ou sorrisos escancarados vemos também sentimentos que transbordam dos olhares, boa parte destes à procura da recíproca. Certa vez, quando fazia o mesmo caminho de sempre, na mesma rua junto as mesmas pessoas percebi uma senhora para sentada sem ninguém. A primeira vista pensei que ela seria solitária e infeliz, mas o que garantia isso? As pessoas não são aquilo que vemos, não saberia como estaria se sentindo aquela mulher a menos que fosse lá e conversasse com ela. Quer saber, não fui. Preferi a cruel possibilidade de julgar. É incrível a facilidade humana de dar importância sempre para o mais fácil, julgar. O que não nos damos conta é que também somos julgados a todo o tempo, pelo nosso jeito de andar, nossas palavras, neste exato momento você está me julgando, pensandoo que eu esperava com essas palavras, e antes que chegue a algum conclusão, não pretendo chegar a lugar nenhum isso existe?
Chove, chove e chove. Sem parar, na janela caminha o vento, os raios e as gotas vindas do céu. A beleza disso tudo é que nem sempre sabemos aproveitar uma situação dessa. Para uma criança quando falta a energia, se faz uma grande oportunidade de trabalhar a habilidade de fazer formas (inanimadas ou não) com a sombra da vela, ou quem sabe lutar contra as leis da física e passar o fogo por entre os dedos. Já para nós, que somos acostumados e não temos olhos tão sensíveis assim à felicidade, vemos apenas uma noite a mais em que dormiremos mais, porque sem aos meios de comodidade não temos outra opção. Para onde foi parar a ingenuidade? A facilidade de ver sorrisos onde ninguém vê? Queria ver sorrisos nisso, aqui, sempre.