quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Não, não leia isto como um desabafo de final de ano, pois definitivamente essas palavras não têm tal objetivo. Bem na verdade, não vejo muito significado para desabafo, todas as palavras (des)necessárias, já foram ditas, cuspidas, engolidas ao longo dos dias antecessores a este último dia de 2008. De que vale pensar no passado se hoje, vê-se apenas o futuro, um inovador futuro, é o que espero. Também não farei planos, como já faço há anos, não vejo necessidade dos mesmo, antecipam a surpresa, a vivência "cotidiânica", assim prefiro, esperar os dias para que eles me tragam os motivos e as necessidades. Não sei o que espero desse novo ano, assim que é legal, andar, andar e andar procurando as minhas cores de verdade, pois estas creio estarem perdidas. Cores.. é hoje que o céu toma vezes de televisor, olhos perplexos miram a infinidade estrelada como um folhetim de ótima repercussão, dsejando, pedindo, volta e meia até mesmo implorando para que o amanhã seja um motivo para festejar. Que sejam puladas as sete ondas, na verdade, que elas façam uma analogia à nova vida que começará na virada deste ano, deste longo ano. Particularmente os dias deste ano que finda foram para mim multiplicados, como se vivesse bem mais dias, o peso aumentou, mas, como diz o ditado, temos o fardo que merecemos carregar. Vejo esperanças neste ano que começa, já pensei em 2008 como um ano nulo, mas é hipocrisia pensar assim, nele vivi felicidades inigualáveis e não há como esquecê-las. 2009 este sim, será o ano. Nâo planejo nada, quero apenas viver sem pensar muito, de tanto pensar acabei cansando, dessa vez vou viver mais, pular mais, brincar mais, cantar mais, sair mais, rir mais, esquecer mais, perdoar mais, e estes não são planos, não estou planejando, apenas estou ditando regras, havemos de convir, há uma grande diferença.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O natal passou mais uma vez, as casas continuam brilhando, procurando chamar atenção de quem passa, pra dizer "olhem, aqui tem natal, aqui tem luzes, comida em exagero e muitos, muitos presentes". Hoje, já não vejo o natal como via antes e ao mesmo tempo que tenho pena disso, sinto-me feliz por ver a verdade. Entrei em um grande dilema quando fui pedir meu presente de natal aos meus pais, percebi que não precisava de nada, tinha o que queria, no momento. Eis o problema, estava pressionado a pedir algo "Filho, é natal!". Legal, é natal, mas o que é o natal? Pra mim, o mais interessante dessa época é estar com a família, ir pra sacada e conversar... Os presentes? Ah, vêm como consequência como em qualquer época do ano. Quando estava na noite do dia 24, conversando, rindo, relembrando momentos ao lado de meus familiares, os presentes ficaram em segundo plano, passava a meia noite e eu nem queria saber deles. Acho que tive uma pequena noção do que de fato é esse dia 25, não é apenas abrir de maneira voraz um papel bonito, que garda a fútil felicidade, na verdade é esquecer de tudo e aproveitar do amor que existe entre as pessoas. Quem grita sobre o verdadeiro significado do natal, levanta ainda o estandarte do luxo, da pompa e da imponência desnecessária, não é do homem este papel. Árvores e bonecos feios gigantes "enfeitam a cidade", tentando esconder a verdade. Muita gente nunca soube o que é esse natal do consumo (sorte ou azar?), sentem-se excluidos. Poucas pessoas se preocupam com isso, uma pena. Já assistiram à missa do galo? Imagine se todo o ouro que adorna o cerimonial celeste do Santo Papa fosse derretido e convertido em moedas (vamos vangloriar o capitalismo, somos obrigados nesse caso), muita gente poderia experimentar um pouquinho do natal que passa na TV, mas o povo adora ser antitético, prefere a diferença e a exclusão, acho que é pra não peder o domínio. HA HA HA, que domínio?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Irregularmente em uma função que relaciona circunstância com emoção desenha-se o amor, formam-se neste plano então as figuras que só nós, com estes nomes, estas personalidades, poderíamos formar.
Não vai ser fácil depois de tudo isso. São histórias que ninguém conseguirá apagar, amizades construidas ao longo do tempo necessário para se tornarem eternas. O tempo é algo que nunca vou compreender, nos prega peças e às vezes é tão frágil... Carrega nas costas momentos, vozes, sentidos, é dele o poder de fazer acontecer. Não queria precisar dele, queria ser dono dele na verdade. Posso? Acho que não, se é assim então, queria só poder voltar um pouquinho, ter o poder de retroceder os ponteirinhos do relógio, voltar ao tempo em que a única preocupação era não se preocupar com nada, aí sim, começar tudo mais uma vez e fazer diferente algumas coisas, apenas algumas, pois outras serão exatamente como são.

sábado, 29 de novembro de 2008

Até onde eu sei, ninguém precisa de aulas de anatomia para saber que o coração é um músculo pulsante involutário, e até aí tudo bem. O problema está na diferença semântica dos verbos: saber, entender e fazer. Apesar de frutos de uma mesma conjugação não compartilham significados iguais.
O primeiro depende de vivências, leituras ou às vezes é fruto do acaso, mas está ligado diretamente à terceiros, sempre. Traz certezas, ou para os curingas da humanidade, apenas mais dúvidas. Já o segundo é mais complexo, pode mexer com metafísica, com vários pontos da mente humana, dependendo do assunto que se aborda. O fato de entender, volta e meia é deixado de lado e a indiferença entra no lugar, sensatez? Bem, depende do ponto de vista, pode ser os extremos ao mesmo tempo e que fique claro, entender se difere de compreender, mas se assemelha ao perceber...Percebeu a semelhança? O último é o mais complicado, não depende da filosifia, metafísica, nem do dicionário completo disposto em ordem alfabética, é relacionado a um único indivíduo e este, tem a escolha entre agir ou não. Mas fazer o que? Fazer chover, fazer parar de chover, fazer doce, fazer brincadeira, fazer xixi, fazer o que? Fazer no sentido de não apassivar a vida, não ser coadjuvante da própria história, fazer valer a pena como dizem todos, entretanto, não é esse mesmo contingente de pessoas que realmente faz. Fazendo se pode criar, montar, aparar, cortar, produzir, construir, edificar... é como a coisa no vocabulário brasileiro: "ô coisa, pega aquela coisa que tá em cima do coisa pra eu coisar aqui?" cabe em qualquer situação, de qualquer forma o importante é realmente ser sem precisar de legendas.
Semelhante ou não com os batimentos cardíacos, os verbos citados não estabelecem uma relação de ordem, entre eles há uma liberdade, o importante é que eles de fato existam para que ao agir, não se faça apenas para saber entender as coisas, que se manifeste a emoção no ato de existir, e este verbo peculiar aos outros, não necessita explicação.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

E se apesar de tudo
O sol ainda brilha
É porque a ocasião
Não pôs fim ao sentimento
Se isso acontece,
O amor agradece
O medo se despede...
A vida segue.

Pernas finas, à passos largos
De metro em metro
No caminho de raios foscos.
Não basta olhar,
Veja!

Longe...
onde não há porquês
explica-se o burguês:
Não há forma de vida tão bela quanto sua fera.
Olhos são olhos
E como tais... Pra que entender a plebe?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Para fugir da tempestade


Depois de tanto a chuva cair e o vento soprar, as nuvens estavam tão cansadas a ponto de sumirem, camuflando-se por traz do azul celeste. Abaixo de uma árvore, quebrado e jogado, encontrava-se um guarda-chuva retorcido que ainda chorava gotas da tempestade por não ter conseguido proteger seu dono.
- Veja guarda-chuva, como é insignificante sua existência– disse a árvore - sua armação não suporta a fúria da natureza.
- Dona árvore, muito já protegi meu dono de intempéries, resisti a mãos gatunas em filas bancárias, mas acho que perdi o poder.
- A questão é que nunca tivesse o poder, sempre fosse um mero imitador de minha nobre utilidade. Desde de minha germinação fui protegido por outras árvores, e quando tornei-me forte e robusto comecei a exercer a minha verdadeira função. Não vivo num mundo fictício, sou real e natural.
- Não tiro sua razão. – disse o simplório guarda-chuva - Sou sim imitador de sua utilidade, mas de qualquer forma trazia comodidade aos andarilhos nos dias de chuva, pois apesar de muito útil seus galhos não caminham, são inertes, sensíveis apenas ao balançar do vento. Garanto que durante minha vida muito mais vi e ouvi do que você que ficou esperando a procura para poder ajudar.
- Muito atrevimento de sua parte! – exclamou a árvore sobressaltada – É bom que saiba que há muitos anos havia muito mais árvores do que homens, além de protegê-los elas tinham como obrigação alimentá-los e por esse motivo a qualquer lugar facilmente se encontrava abrigo e conforto no caule das centenárias árvores que além de tudo sempre os presenteavam com belos frutos maduros. Com o passar do tempo, o homem começou a acabar com sua proteção, e não era mais em todo lugar que se via árvores, precisou então procurar outra forma de se alimentar e proteger. Então surge você, desnecessário se a humanidade seguisse seu curso natural.
- Não tenho condições de contradizer a verdade experiente que circula com sua seiva, mas posso defender minha opinião. Não creio que eu e meus irmãos sejamos desnecessários, tudo que nasce tem uma utilidade, se estou aqui é porque tinha que estar. Posso não sentir a força da terra e fazer parte dela, mas sinto o calor das mãos humanas e isso me revigora, mostrando o quão frágil pode ser uma espécie em meio à imensidão da natureza, quando o céu está desabando, faço um mundo a parte, seco e protegido a quem me porta.
As nuvens que outrora se escondiam, resolveram mais uma vez se mostrar fortes e ferozes. Sua fúria fora tão grande que do alto, de onde não se pode pisar, saiu um raio que atingiu a árvore, partindo-a no meio e ponto fogo a cada uma de suas folhas. O tronco forte e resistente aos poucos se transformava em uma cinza fina e delicada, e as folhas caiam gritando de dor.
- Dona árvore, não há força maior do que aquela que age sobre todos nós independente de nossa origem. Não a controlamos somos escravos dela. A natureza, mesmo que sua mãe escolheu o dia de sua morte.
Mesmo agonizando, a árvore uniu suas últimas forças e disse:
- Perceba que mesmo depois de morto terei utilidade, minhas cinzas fecundarão a terra e darão origem a mais semelhantes e você nunca terá outra serventia além de me imitar. Faço parte da terra e ela de mim, você é apenas fruto do comodismo humano e nunca será mais que isso.
Ao ouvir isso, o guarda-chuva, desprendeu a última parte do seu torto e frágil cabo da terra, deixando com que o vento o levasse ao acaso, para onde ele quisesse, para onde ele tivesse que ir.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Nada é tão essencial quanto a certeza das perguntas e a incerteza das respostas, isso instiga, transforma, paralisa... Um conjunto de ações por trás de um emaranhado de pensamentos pode ser até desnecessário.

domingo, 19 de outubro de 2008

Poema legal para o nosso amigo radical.

O cello é amarelo
que nem o Gustavo magrelo
ele tem um sorriso singelo
vai virar um caso sério.

O Gustavo é legal
ele é especial
de beleza descomunal (só pra levantar a moral)
nosso amigo é fenomenal
e não gosta muito de nescau!
Esse é o nosso amor anormal.

De: Bruna e Rafaela.



O que vai ser de mim sem vocês?
Às vezes eu paro e penso, não sou nada sozinho, sou como um texto solto sem conectivos.
Dependo muito de vocês, amigos, que fazem meu dia brilhar cada vez mais.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Cheguei ao ponto de não conseguir procurar mais nada além de tudo.Milhões de coisas pairam a cabeça: mousse de limão, paternogênese, balões, aceleração centrípeta, sei lá, não sei mais o que é necessário.

domingo, 10 de agosto de 2008

O mundo interage com a displicência humana

Há muito se ouve dizer em famílias tradicionais do campo que necessitavam do trabalho braçal para conseguir o sustento, que a preguiça é irmã da morte, uma leva à outra, caminham sempre juntas. Pode ser que esta frase tenha apenas o único propósito de assustar crianças e formar adultos viris e sem medo do trabalho. mas olhano para o atual nível da globalização e do desenvolvimento tecnológico, esta citação faz sentido? o homem fez milagres para que cada vez mais ficasse sentado na poltrona do papai, assistindo o mundo pela TV, com um super controle remoto, comendo pipoca.
É muito mais coerente acreditar que as invenções humanas vieram para trazer à humanidade uma melhor qualidade de vida, o que trouxe de fato, mas digamos que em partes. Os níveis de obesidade cresceram exponencialmente. Sem a necessidade de se movimentar com os seus próprios pés o homem vai ao trabalho de carro, passa por uma lanchonete, faz seu café da manhã dentro do mesmo carro, pega um elevador e senta em frente de um computador ligado à rede que o leva para todo o mundo sem sair da sua confortável cadeira giratória estofada.
É inegável que o mundo mudou sua maneira de pensar e agir, tudo agora tem um método facilitador, explicando a expressão, um utensílio ligado à tomada (quando não, utiliza energia própria) para fazer da energia cinética humana mais uma habilidade com pouco necessidade de uso. É uma história antiga, o mundo traz em suas páginas amareladas ações que resultaram apenas no aumento do comodismo humando (vide Revolução Industrial I e II).
Agora, se há uma fraternidade entre a preguiça e a morte não se sabe ainda, não se descobriu parentesco entre coisas abstratas, mas que a falta de vontade fez bem para a evolução, isto é concreto. Não cabe ao homem julgar sua própria displicência, pois é natural de um ser vivo que interaja com o meio, só que no caso do Homo sapiens sapiens, ele fez o que o mundo interagisse com ele. Preguiça ou inteligência? nesse caso pode-se dizer que mais um parente surgiu, a preguiça pode até ser irmã da morte mas com certeza é prima da inteligência.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Acho que percebi, é sempre assim todas as noites, quando perdidos sempre procuramos o lugar de onde nunca deveríamos ter saído, mesmo que seja tarde demais, sentimos a necessidade de voltar àquele lugar onde provamos da mais pura felicidade. Pena que não se pode voltar no tempo...
Tenho medo de que daqui alguns tantos anos nenhum livro cite meu nome, nenhum porta-retrato (já molhado por algumas singelas lágrimas de saudade) guarde carinhosamente um sorriso meu, tenho medo de passar por passar, viver apenas porque genhei a vida. Não penso em respirar apenas porque tenho esta necessidade, deve ser feito além disso, sentir cada aroma, esquecer da vital função e apreciar o que passa desapercebido, como o cheirinho de pipoca doce misturado com flores do jardim nos domingos no finalzinho da tarde quando o céu está cor de abóbora.
Cheguei a conclusão que falar repetidamente e incansavelmente "não sei" acaba com o senso crítico, com a opinião e com a própria personalidade, é como passar uma borracha em muita coisa importante, como apagar uma equação quilométrica depois de horas de tentativas afim de descobrir o x. De que vale então, vivenciar fatos, conhecer lugares e pessoas, ler algumas teorias e imaginas outras, formar uma opinião se quando se é consultado responde-se com o mesmo insosso "Não sei", quando na verdade sabe-se exatemente a verdadeira resposta. É mania humana, ou mania de um dos homens? O problema é que estamos repletos de incertezas, o ser humano por mais inteligente que seja, não nasceu para tomar decisões, veio para viver, tudo deve fluir sem ter a necessidade de escolha, mas tudo fica de cabeça pra baixo quando se pensa um pouquinho a mais, sabe-se lá o porquê. Mas algumas pessoas sabem lidar com as decisões, fazem o óbvio, jogam tudo para cima e deixam com que na queda tudo se encaixe, ironicamente são estes os nomes citados em livros, daqueles que destemeram um ponto de interrogação. Não há o porquê de se preocupar, tudo deve fluir, na hora, no dia, no lugar em que deve ser. Pode ser pieguice sim, sentimentalismo barato digno de tragédias de fundo de quintal, mas só estou tentando jogar tudo para cima.
No meu porta-retratos, estarão apenas aqueles que me fizeram bem, que transformaram as minhas indagações em exclamações e quero gritar até não haver mais voz, o quanto os amo o quanto me fazem bem por serem examente assim. Sabe aquela frase: "...guardar tudo dentro de uma caixa e ir pra bem longe..." Carregarei muita coisa, muita gente, pode ser que achem pouco, mas pra mim são meu tudo e nada mais.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Matematicamente é muito mais fácil ser um do que dois. E quando não se tem opção? Acho que entra em outro ramo, outra corrente de pensamento. Mas pensando bem segue a mesma filosofia. É estranho persar como dois, agir como dois, respirar como dois - até porque isso necessita de mais oxigênio, o que explica a exuastão - enfim, é complicado. É tudo uma regra de multiplicação, tabuada complicada essa. Tem uma linha na mão que indica a personalidade, não que isso seja realmente verdadeiro e bem fundamentado, mas incrivelmente a minha linha se divide em duas, isso explica tanta coisa. Acho que vou procurar mais respostas na palma da mão. Isso é tão metafórico, quando menos espero a resposta vem assim de bandeja, e sempre com esses olhos miopes deixo passar desapercebido e só lembro depois é como arrancar uma árvore e querer replantá-la no mesmo lugar, é humanamente impossível. Impossível? ... temos essa mania, muito feia diga-se de passagem, o impossível existe justamente para passar desapercebido, para ser citado em livros, mas para se esquecer na prática, deixar tudo a seu modo. Caminhar sozinho é bom, mas como seria a dois? Dois pés indo à frente, quatro braços frenéticos a balançar, dois corações entoando melodias marcadas, duas imagens, duas mentes... E quando se tem duas mentes e uma imagem apenas professor? Desiste-se de uma, arrancando, matando uma parte de si para se transformar no habitual? Só queria uma razão para ficar assim. Alguém tem aí no bolso? Não costumo carregar esse tipo de coisa, dúvidas tenho de sobra.
E quando não se sente nada, quando do outro lado da igualdade temos um zero, somos o que? Alguém me disse que a felicidade deve ser procurada, independente da forma, e ao encontrar, desfrutá-la, sem medos ou limites, não fiz isso, me igualei ao nada. Queria seguir os passos desse alguém "Given you a reason to stay".
De nada me adianta a matemática e suas razões agora, não sou um nem dois muito menos o zero e não pretendo ser, sendo assim nada serei perante alguém, mas sou o suficiente pra mim e isso é exatamente o necessário para provar a minha imaturidade. Mas sabe, essa imaturidade me faz bem e sabe porque? Por que posso sorrir, sem medos, sem limites e sem ninguém. Egoísta e egocêntrico? Não. Realismo:Atitude ou posição de quem se prende fielmente ao que é real, verdadeiro, às vezes de maneira prática. Doutrina segundo a qual a arte deve expressar somente os caracteres essenciais da realidade. Obrigado Aurélio.

domingo, 6 de julho de 2008

Novo outono em Croyland

As folhas caíam como sempre caíram, costumeiramente desgrudavam do tronco e em uma descida coreografada tocavam o chão como uma criança a roubar a cobertura doce e trabalhada de um bolo de aniversário. Milhões ou quem sabe milhares de pontos amarronzados taparam o tapete verde daquele jardim. Agora não se via mais as flores e também as formigas carregando os torrões roubados, era perceptível apenas folhas e galhos secos.
Os pés da criança tocaram as folhas fazendo música de forma única sem ensaios ou bis, mas dentro de sua cabeça nada disso fazia sentido algum, nem o outono que outrora fazia brotar sorrisos voluntários, nem o prazer de partir rigidez das folhas desidratadas. Tudo ao seu redor, apesar de presente e concreto, tomava o lugar das coisas imateriais e os sentimentos passaram a ter garras.
Do alto, bem lá do alto, um homem assistia aquela cena, a cada detalhe uma lágrima em seu rosto se tornava mais pesada a ponto de desabar sem ser desejada, todos aqueles momentos e fatos da sexta-feira não saiam de sua cabeça, era uma eternidade. Ele sabia o que havia ocorrido com o menino, mas não o que havia acontecido com ele mesmo, nem o porquê de estar ali. Era escuro vazio e solitário, apenas ele e ninguém mais.
O menino temia até mesmo o vento, estava sem proteção, mesmo rodeado de fatos, sentia-se solitário, uma parte dele havia ido para sempre segundo aquele homem velho e barbado de cabelos brancos e cacheados que decidiu o futuro de seu pai. Chegou em frente a igreja, olhou para cima, procurava seu pai, queria aquela mão para segurar, procurou também a mãe, mas essa, nunca havia segurado a sua mão, mas ele a amava inexplicavelmente.
O homem já não via mais a criança, de onde estava a luz já não fazia efeito, queria a mãozinha frágil para segurar, queria sentir seu filho ao lado, sentir o outono junto a ele. Dentro de sua mente, paralelo a imagem da criança, vinham as imagens de sexta-feira, mas nada mudava a idéia de que ela havia merecido aquilo tudo, não o menino, ela.
O vento assustava ainda mais o menino, parado vendo as nuvens procurando o impossível, o que já tinha ido embora. Foi surpreendido por um jornal de segunda-feira, amassado, rasgado, como se o conteúdo não tivesse importância nenhuma, mas para ele era o decreto de uma vida solitária. Sobre soluços ele leu, molhando o papel que tinha impresso, além de borrões, a foto de sua mãe deitada, como quem sonha mas totalmente fria e sem sentimento. Acima da foto palavras cruéis: “Homem que matou a mulher em frente ao filho foi condenado com a prisão perpétua, a criança ficará no orfanato São Gustaff de Croyland localizado em frente ao presídio. Até que atinja a maioridade aquela será sua nova casa”.
O outono nunca mais seria outono, para nenhum dos dois.

sábado, 28 de junho de 2008

É incrível a minha triste mania de guardar tudo e fingir que nada é nada. Acho que é típico do brasileiro, ou pode ser que nós mesmo tenhamos atribuído essa "qualidade" a essa nacionalidade pois ela é inocente, nacionalidade sozinha só define o que vai na carteira de identidade, o que caracteriza uma nação são as próprias ações do povo. Mas isso como sempre, foi só uma explosão de idéias que só trazem rodeios para poder afastar a verdade do seu devido lugar. É interessante esse pensamento de qualificar as coisas, porque afinal verdade sempre tem que estar em primeiro plano? Pensando bem, às vezes uma mentira pode falar muito mais verdades do que um artigo científico que não ultrapassa os limites do real. Esopo, (aquele escravo hebreu que muito se fala nos tempos atuais, mas nada se sabe da credibilidade de seus escritos e da autoria legítima) falava dos problemas para seus semelhantes através de belas histórias, que olhos despreparados diriam que eram apenas contos para fazer criancinhas dormirem e fomentar sonhos de heroísmo controlado. Toda mentira então, seguindo este princípio deve ter uma verdade por trás? Muitas vezes camuflei a verdade em palavras mentirosas, mas foram gestos que só confirmaram a minha indignação comigo mesmo, não suporto o fato de que em certos momentos sou eu mesmo. Minto ser alguém que não existe, quem não o faz? Me diga, quem não veste uma máscara antes de sair de casa, com cores vivas, sorrisos perfeitos e brilhos ofuscantes, mas quando chega em casa, ao olhar no espelho percebe que tudo se desgastou e por debaixo da máscara, habita um olhar sem cor e uma expressão sem vida. Adianta então sair de casa sem cores? Penso que a real intenção seria esta mesmo, sair de casa sem cor, sem nada apenas com o caráter (este sim deve ser muito bem colorido e verdadeiro) e sair pintando ao longo da convivência seu aspecto, aderindo cores onde não tem e trazendo vida onde realmente deve haver. A conclusão que tiro é que sozinhos damos importância onde não precisa, não nos vemos como realmente somos, até mesmo o espelho não é verdadeiro, nunca confiei nele! É preciso perguntar, conversar, viver repleto de diferentes nuances.
Pouco sei de mim, muito sei do que pareço ser e prefiro não saber o que pensam de mim. O ser humano é algo muito complexo, minhas loucuras, estas mesmo expressas em palavras desconcertadas, nunca explicaram a metade de sua confusão, logo, minha confusão. Agora mesmo, não sei se vou conseguir enfeitar minha máscara, nem sei se ao menos conseguirei colocá-la, o que me conforta é que no chão já vejo máscaras alheias, o mundo tá ficando mais verdadeiro mas será que realmente preciso da verdade?
Andei, rodei, viajei e não encontrei absolutamente nada. Afirmo então categorigamente mais uma vez que o ser humano é algo incompreensível, não faz parte de sua utilidade entender-se, seu cérebro não alcança essa capacidade. Deve haver em algum lugar alguém (algo) mais complexo e é aí que mora o problema. Entramos em mais um debate, mas já passa das 22:27 e minha criatividade de sábado além de infundamentada é finda.
Acho que todas essas 527 palavras acima, são reflexos de uma mente temerosa, e que aderindo a uma antítese, não tem relevância nenhuma, desculpa.

domingo, 1 de junho de 2008

Admito, esse tem sido o único lugar em que expresso meus sentimentos sem parcialidades ou censuras, eu ao menos entendo e isso já basta, ou melhor, bastaria. Me arrependo de não falar as coisas quando realmente devem ser ditas e de ter o dom de fazer as coisas erradas nas horas certas. Poderia ter sido em qualquer momento, menos naquele, sim em todas as duas situações. Acho que me falta maturidade o suficiente pra poder transformar tanta informação em ação, parece que já virou hábito meu derrubar lágrimas, minhas ou suas.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Apesar de tudo ainda somos os mesmos.

Há na sociedade uma constante e pesada idéia de competição, independente do assunto em que se aborda e decorrente disso o diferente acaba se destacando. Os jovens em geral, vivem em um mundo isolado a tudo, repleto de divergências e dúvidas. As relações entre as pessoas estão se tornando cada vez mais impessoais, e são caracterizadas pela rapidez em que se dissipam, os meios de comunicação facilitaram com que fosse criada uma nova identidade para os jovens, uma nova maneira de pensar. Na verdade a mentalidade juvenil deve ser representada por um grande ponto de interrogação enfeitado com muitos piercings, tatuagens e muita rebeldia.
É comprovado historicamente que a partir do século XX os jovens passaram a ter um papel diferenciado na sociedade, os ideais que anteriormente eram oprimidos ou expressados nas metáforas que estampavam os poemas conflituosos e intrigantes passaram a tomar forma, seja por sutiãs queimados, corpos tatuados ou músicas que levam consigo opiniões escancaradas, o ponto de vista dos jovens hoje tem corpo, nome, sobrenome e muita força. A juventude graças a isso passa a ter uma maior relevância, torna-se um sinônimo de revolta e explosão de idéias, os jovens nada mais são do que reflexos de uma nova geração que nunca envelhece.
Após muito lutar pela independência familiar e quando finalmente provam do doce sabor da liberdade percebem que o mundo é bem maior do que denunciavam as quatro paredes de um quarto enfeitado com pôsteres, havia por trás daquele mundo particular uma diversidade de pensamentos, atitudes e comportamentos que chamam o jovem inevitavelmente a experimentar, o caráter formado pelos pais, circunstâncias e experiências acaba sendo camuflado, dando origem a uma nova identidade. É nessa fase em que se sente a necessidade de diferenciação, pois até então, quando crianças, não era importante a individualidade e sim estar entre amigos. O problema não está na peculiaridade mais sim o caminho até ela, muitos jovens esquecem de seus valores e criam um mundo novo, mas esquecendo que este microcosmo pertence a um universo real que não teme a exclusão.
Temos demonstrações diárias de inconseqüentes atos juvenis que geram conseqüências desastrosas para a sociedade e principalmente para quem os fazem. Não é se sobressaindo dos demais que encontraremos a felicidade, antes do reconhecimento a felicidade se esconde na confiança pessoal e no amor próprio. Se for um caminho tatuar-se, pintar-se fazer do seu corpo o que bem entender que seja feita a vontade do jovem, mas é crucial que a essência nunca seja perdida. Faço minhas as palavras de Saint-Exupéry, não precisamos ver, apenas precisamos sentir, porque o essencial é invisível aos olhos. Os jovens não devem se prender a imagem, apesar de conturbada, sua mente deve saber interpretar os múltiplos impulsos provindos do externo utilizando-os em suas vidas, independente de adornos.

domingo, 11 de maio de 2008


Isso é um desafio, sem quebra-cabeça de palavras hoje. A impressão que dá é que tudo segue do jeito que sempre foi, mas é visível que alguma coisa mudou. Ao sair com um destino delimitado imaginamos milhões de coisas que podem ser feitas neste tal lugar. Feitos os planos milaborantes vimos que proestimamos, nada pode ser feito a não ser entregar-se a mesmice. Aí, percebe-se que é essa mesmice, essa mesmo a de sempre, que você tanto precisava. Apesar de algumas pessoas terem mudado suas atitutes, mais afoitas, menos encabuladas ou até mesmo mais dançantes, é transparente o sentimento dentro do olhar de cada um.

Mais uma vez me peguei a observar gestos, é estranho quando o olhar se perde do foco, ele toma vida própria e carrega os pensamentos pelas suas vontades, e esses pesamentos esperam atitudes, mas o senso prende, repreende e guarda num local de onde nunca mais sairá, é a sensura de você mesmo. Mas com toda essa opressão, não há sorriso permanente, existe sim um sorriso, mas ele é apenas aparente.

Andam dizendo que tudo isso que acontece, toda essa vida repleta de barreiras e trilhas ofegantes é culpa dos hormônios. Na mente agora me veio ferozmente a testosterona terrorista, com faixas alusivas a dor e armas contra a serotonina. Não gosto de culpar a falta ações físicas por questões biológicas, cada um é culpado pela falta do seu nicho, nada de misturar as funções. Pra ser bem sincero não há culpado maior do que esse conjunto de idéias que não sai do pensamento, pensar é ótimo, mas em excesso, havemos de convir, que se torna idiotice.

Seria impossível não citar hoje, logo hoje, um ser especial a todos, que atura teus desaforos e que se vê beleza em qualquer gesto. Aquela pessoa que mesmo que você suje tudo, se machuque e mesmo assim ainda estiver com sorriso no rosto ela retribui gintilmente a felicidade obtida através do teu olhar e diz "O que importa é a sua felicidade". Atribuindo o nome a seu significado "Nome que significa preocupação pelos outros e por tudo que a rodeia. Pessoas que valorizam a amizade e a solidariedade. Costumam estar sempre dispostas a prestar toda a espécie de ajuda a quem solicita" Mãe não há nome melhor, não há mãe melhor. Por todas as lágrimas derramadas em conjunto, por todos os gritos, pelas palmadas, repreensões, castigos e acima de tudo pelo amor que como uma fonte inesgotável transborda pelos teus olhos: OBRIGADO. Não é apenas gratidão, 23 cromossomos meus são iguais aos seus acho que tudo isso é uma questão biológica mesmo.

Sob as palavras, está aquilo que se sente, não existem palavras ainda, nem com todo o neologismo, que possam descrever um sentimento verdadeiro. Irregularmente em uma função que relaciona circunstância com emoção desenha-se o amor, seja ela por quem te deu a vida, a quem perderia a vida, a aqueles que sem não se teria a vida.


E aquela promessa de não brincar com metáforas fica pra próxima, acho que está no sangue, ou quem sabe no momento, depois de ver o mundo piscando, sentindo o chão tremer e a sensura de si mesmo a pino, não se consegue expressar com plenitude o que se sente, não acha?

domingo, 4 de maio de 2008



Como que alguém que compra roupas na seção infantil se sente no direito de falar ou pensar coisas objetivas (mesmo que as vezes de forma subjetiva) a respeito do mundo e tem a ousadia de se achar "Relevante"? É estranho mas a conclusão é que o que importa não é a maturidade e sim a sua visão de mundo, expô-la ou não é uma escolha mais do que pessoal. O que significa então os sermões que nos induzem a maturidade para um melhor compreendimento do mundo? Não querendo obviamente desvalorizar a maturidade, mas às vezes ela se faz desnecessária e irrisória. Voltando mais uma vez a mentalidade infantil, uma criança pode tirar conclusões a respeito do seu mundo, julgá-lo e simplesmente despreza-lo. Precisou crescer para fazer isso? Vamos dar tempo ao tempo, driblando se possível, não quero ver o tempo passar sem motivos simplesmente porque é necessário, eu mesmo quero fazer meu próprio mundo girar, apenas eu tenho esse poder.
Cada um tem seu mundo, isolar-se é inadequado, mas as vezes prestar atenção na sua própria órbita é de suma importância. Mas sabe o que é o mais estranho? Depois de sucessivos dias de chuva, seus olhos se acostumam com o escurinho do outono molhado, abre-se o sol e você nem percebe que sua janela está fechada para o mundo há mais de três dias, com a lâmpada de Thomas Edison acesa. Senhor Edison, sem menosprezar a sua inestimável inteligência, eu precisaria estar usufruindo de seu invento agora? Ou melhor, deveria estar aqui? Pensando bem, essa espera por um astro errante em minha órbita é mais do que agoniante.

sábado, 3 de maio de 2008

Misturando tudo dá uma linda história, ou melhor daria. Não sei se é a chuva ou se é essa música que não pára de tocar em meus pensamentos, existe sim um resquício.
Caminhando por entre pessoas, percebemos milhões de feições, muito diferenciadas por sinal. Além de carrancas ou sorrisos escancarados vemos também sentimentos que transbordam dos olhares, boa parte destes à procura da recíproca. Certa vez, quando fazia o mesmo caminho de sempre, na mesma rua junto as mesmas pessoas percebi uma senhora para sentada sem ninguém. A primeira vista pensei que ela seria solitária e infeliz, mas o que garantia isso? As pessoas não são aquilo que vemos, não saberia como estaria se sentindo aquela mulher a menos que fosse lá e conversasse com ela. Quer saber, não fui. Preferi a cruel possibilidade de julgar. É incrível a facilidade humana de dar importância sempre para o mais fácil, julgar. O que não nos damos conta é que também somos julgados a todo o tempo, pelo nosso jeito de andar, nossas palavras, neste exato momento você está me julgando, pensandoo que eu esperava com essas palavras, e antes que chegue a algum conclusão, não pretendo chegar a lugar nenhum isso existe?
Chove, chove e chove. Sem parar, na janela caminha o vento, os raios e as gotas vindas do céu. A beleza disso tudo é que nem sempre sabemos aproveitar uma situação dessa. Para uma criança quando falta a energia, se faz uma grande oportunidade de trabalhar a habilidade de fazer formas (inanimadas ou não) com a sombra da vela, ou quem sabe lutar contra as leis da física e passar o fogo por entre os dedos. Já para nós, que somos acostumados e não temos olhos tão sensíveis assim à felicidade, vemos apenas uma noite a mais em que dormiremos mais, porque sem aos meios de comodidade não temos outra opção. Para onde foi parar a ingenuidade? A facilidade de ver sorrisos onde ninguém vê? Queria ver sorrisos nisso, aqui, sempre.

domingo, 27 de abril de 2008

Quando termino de ler um livro, paro por alguns minutos como se voltasse a realidade lentamente a procura de um chão, de um suporte. Existem coisas que são ditas sem muitas explicações, já outras que necessitam de grandes explanações complexamente embasadas em acontecimentos ou fatos reais e quem sabe até mesmo fictícios. Muito mais vale acreditar na certeza de palavras curtas e concisas do que viver em um mundo que existe apenas num balão movido a dicionário. É inegável a necessidade de um vocabulário extenso, mas nada tira a força de um sim ou um doloroso não.
Existem coisas que nunca foram ditas e que provavelmente ficarão por muito tempo, ou até mesmo abraçadas a eternidade, sem serem ouvidas. Certa vez alguém me disse que a felicidade é feita pelas nossas atitudes e apenas as gaivotas que voam mais alto, como Fernão Capelo Gaivota, encontraram a si mesmo e quem se conhece com plenitude pode dizer que é por completo feliz. Pois no Pequeno Príncipe se lê que o essencial é invisível aos olhos, digo que meus óculos vêem o invisível, não me faço especial, apenas percebo a intenção da frase, mais importante do que o material é aquilo que não se toca, tudo o que podemos sentir, sinestesia é uma qualidade pertencentes poucos. Além de coisas, me lembro de momentos, únicos e ímpares feitos por causas ínfemeas, seja um tapa na cara, seja uma conversa ou quem sabe o próprio silêncio. Na verdade as circunstâncias são as maiores culpadas, tudo provém deles e elas, ironicamente, são oriundas de nós mesmos. Tudo é tão grande aos meus olhos, que daqui de baixo tudo é ofuscado e às vezes sem sentido a esses olhos míopes.
Se fico imaginando o inimaginável ao terminar um livro, o que se pensa quando termina-se de ler um descargo de palavras?

domingo, 20 de abril de 2008

Sinto falta de coisas que não voltam mais, mas isso é tão óbvio que nem vale a pena expressar através de palavras, é só prestar atenção em um olhar ou quem sabe um gesto já basta, para que perceba como existem coisas que se vão sem necessidade.
Espero aprendar com certas coisas, na verdade com a ausência delas. Há pessoas que fazem de um curto espaço de tempo um longo período muito bem aproveitado, obrigado. Tenho sorte ter pessoas assim ao meu lado, que fazem de mim isso, que não sabe o que fazer mas que acho pensa entender muito de si mesmo a ponto de escrever o que sente, mas eu sei muito bem que na verdade atiro no escuro que se trata de mim mesmo.

domingo, 13 de abril de 2008


O garoto magrelo, que outrora observava o crepúsculo, se viu rodeado de notas compassadas e ritmadas, o incrível é que ele fazia parte delas, ele era uma delas. Após sentir-se uma sinfonia junto a seus amigos, saiu pela noite com pedaços dele mesmo, viu o verdadeiro sabor da amizade quando deitado no chão encostado no amor e na amizade, sendo acariciado pela sinceridade ele olhou as estrelas e pensou: "Não há nada que eu queira além disso". Fechou os olhos por um instante e quando deu por si já era dia, as estrelas saíram de cena dando lugar para um sol que acalmava, mas um frio desesperador. Acompanhado de todos os sentimentos atravessou o mar que o separava da simplicidade, e foi aí que ele encontrou uma felicidade que nunca tinha provado, porque a que ele sentiu na última noite apesar de única, era habitual. Navegou dentro dele mesmo, provou do néctar da alegria e pensou: "Não há nada que eu queria além de tudo isso".

Uma semana passou, como um vagão carregado de carvão, foi tudo tão rápido e mecânico que era como se nada tivesse acontecido, aí se vê a intensidade das coisas, dois dias valeram muito mais do que um intervalo entre segunda e sexta-feira. Apesar de não muito aproveitados, esses cinco dias neutros valeram também, pois neles houveram também aquelas gotinhas de felicidade que fizeram do rosto deste menino, não mais um quadro sem emoção alguma, mas sim uma mistura de tudo, retas, curvas, cores e sons. O que não é definido, nos cabe definir e são essas coisas indefinidas que valem a pena. Defina amor por exemplo, ou melhor, defina amizade.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Às vezes há tanta coisa em mente, que os olhos recebem uma súbita cegueira e vamos apenas com a (in)consciência, e aqui não vemos nada além de nós mesmos. Não é egoísmo, não é egocentrismo, é realidade. Acho que o mundo vêm às pessoas com muita velocidade num curto espaço de tempo, é preciso ser forte, atento e calmo.
Acho que uma parte da janela de sonhos se fechou, e isso já tem muito tempo, mas eu não via, ou melhor enxergava demais, percebia coisas onde não existia absolutamente nada. Agora pelo incrível que pareça a janela cresce mais rápido do que nunca, tão rápido quato as asas do beija-flor que toca teu nariz a procura da doce felicidade que demonstras com um sorriso tão puro e verdadeiro.

Muito maior é o barulho do vazio,
Cresce, vem tomando conta e some.
Vai pra bem longe,
Ao mesmo tempo que tão perto,
tão distante de mim.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Seus olhos miravam o chão com perplexidade, no peito sentimentos distintos que acabavam se tornando paralelos a uma única decisão. Mesmo que com medo, seus pés formigavam para se transformarem em um próximo passo. Seguro ou não o futuro o esperava de braços abertos, mas é crucial saber que esse fato não é promitente, até a morte nos espera e não há lugar onde seja proibido morrer. Olhando agora o sol, fixamente apontava para um pássaro negro em meio ao crepúsculo, imaginava-se como ele, sempre a procura de lugar algum, mas todo o tempo querendo algo.
Tentou ser, andar, tentou voar, mas apenas olhou e observou uma infinidade de coisas invisíveis e tangíveis.

segunda-feira, 24 de março de 2008

É preciso estar atento a cada sorriso, pois estes sempre são reflexos de felicidade. É aceitável a divisão qualitativa de sorrisos, aqueles amarelos (que nos causam ânsia pela falta de simpatia, mesmo se tratando de um sorriso), aqueles involuntários que brotam sem avisar... Ah sorrir...Seria bom sorrir a todo tempo, é interessante pensar na hipótese de uma vida repleta de felicidades, um mundo totalmente azul. É importante dar ênfase eu termo pensar nesta frase, por mais agradável que seja sentir a alegria vir de mancinho abrindo o caminho todos os dias é inviável não derrubar lágrimas.

domingo, 23 de março de 2008

Pensando e pensando acabamos agindo, finalmente. A açção não precisa estar entre os limites físicos, pode ser assim, vago como minhas palavras. O que é realmente relevante está longe, distante, à altura das estrelas, para que possamos desejar, procurar e enfim encontrar e nem sempre quase que impossivelmente tocar.

sábado, 15 de março de 2008

É como sair sem medo do resfriado cantando e dançando na chuva, que solenemente toca cada parte do teu corpo, mesmo sem pedir te eleva pra onde só a chuva pode levar, personificação de um fenômeno da natureza é fruto de uma grande noite, repleta de gotas de chuva, amizade, chocolate russo e alegria. Que venha o futuro, que os planos mesmo que ainda deformados se tornem reais, tudo que fiz valeu a pena, é clichê, mas é verdade, assim como é também o fato de ser 3:05 da madrugada, eu ouvir roncos e mesmo assim, pensar. Não digo em coisas específicas, pois ter a cabeça fechada em um círculo é um castigo para um amante da filosofia. antes de colocar a cabeça no travesseiro tenho que pensar, é um ritual diário. Hoje meu pensamento é você, eu, nós todos os pronomes pessoais e esse universo não é de apenas duas pessoas, é composto por várias cada uma com sua função, eu apenas penso, não faço. Meu papel é esse? Pensar, pensar e pensar? Espero não esquecer de ser, independente do que for, mas ser.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Vi a noite virar dia assim como quem vê uma onda bater contra a pedra, não senti o tempo nem a chuva batendo em mim, a lentidão e a precisão de tudo fez que a eternidade coubesse perfeitamente em um segundo.
As folhas cairão sem muita demora, no chão ficarão os desenhos de um verão magnífico cheio da verde alegria de sentir-se bem, e a árvore, seca esperará por mais uma primavera onde tudo começa novamente. Durante o período das gélidas rajadas a árvore sorrirá por ter abrigado tão lindos sonhos, pesados, mas intensos e gratificantes como uma tempestade num quente dia de verão. E se um dia housarem cortar essa árvore, restará um broto, que dará origem a outro e mais outro, força como essa não se pode conter, é presente e permanente como os raios do sol, mesmo que as nuvens tapem, ou a Terra fique de costas para ele, sempre dá um jeito de sorrir com seus raios.

sábado, 1 de março de 2008

É como sair cantando bem alto na praia a noite, tudo que tem dentro de ti sai com a facilidade das ondas quebrando e todas as tuas palavras saem sorrindo para o mundo. Independente da música ou do compassao, ritmado ou não, tuas lágrimas se secam com o vento que toca teu rosto e tudo fica pra trás, menos a felicidade de ser.
Sempre há a pergunta sobre a necessidade da existência das tais lágrimas, mas o que seria do vento sem ter o que secar? Lá mais uma vez está ele, sentado nos seus pensamentos carregando um peso cada vez maior, nem os sopros ajudam, nem a fúria de Tor.
Acho que não sei o que pensar nem o que fazer, é preciso saber afinal?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Há tanta coisa para se pensar, que quando você percebe está num vazio, num ócio filosófico que não sabe qual caminho seguir e nem onde quer chegar. Existem aqueles momentos em que tudo foi pré-definido por algo ou alguém, mas outros em que se precisa ser esse alguém para que algo realmente aconteça. Sabe o que eu tiro de tudo isso? Que eu falo demais, e nunca vou saber de nada além disso: pensar que sei, mas na verdade não sei é de nada.
Além de tudo, perdi o foco, não tenho norte nem sentido algum sou um astro porcurando uma orbita, ou não. Mais vale ser um astro errante do que entrar em uma órbita que me leva a uma catastrófica colisão, assim, exatamente como essa.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Na verdade não sei nem o que escrever, tenho milhões de motivos, mas nenhum propósito. É muita coisa em menos de 24h, por isso que as vezes amo e odeio a idéia que paira meus pensamento de ter mais horas num dia.
Cada um faz o que quer e o que está ao seu alcance, no meu caso não faço nenhuma das duas opções, nunca faço nada mesmo. Penso muito se consigo mudar, mas nada faço além de pensar, afinal que filosofia de vida é essa? Existe ao menos uma filosofia de vida a ser seguida? Têm vezes que vale a pena mudar, mas outras como esta, não adianta pular, gritar, derrubar a mesa, jogar-se na piscina, nada interfere. O que importa mesmo é jogar no escurinho, descartar sem saber o valor, é não valorizar o importante e seguir em frente como vencedor.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Já tentei tapar a visão com coisas que não existem ou ocupá-la com a realidade que pra mim às vezes parece não ser real, parece que se chega a um mesmo ponto em tudo, pra qualquer lugar que se olhe, sempre teremos um mesmo fim: o imaterial.
Às vezes procuro as palavras onde não se pode mais escrever, perca de tempo, mas não de esperança.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mesmo em meio a uma multidão, só naquele lugar, em certo momento, com certa pessoa não me sinti sozinho. É muitas vezes repetitivo falar de amigos, mas sempre que posso reforço que não sou nada sem eles, absolutamente nada. É tão bom saber que com bilhões de pessoas no mundo estou ao lado daquelas que precisava estar.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O fato de não saber me faz crer que, quanto mais sei, mais me torno um ignorante sobre mim mesmo. A medida em que compreendo o mundo, vou me tornando mais distante de quem deveria estar junto, daquilo que deveria ser eu. Vale apena saber? Por fim, não sei nem sei realmente sei de algo, porque pra mim até a definição de "saber" é falha, nenhuma definição é tão coerente quanto a convivência, é nessa que eu confio.
Afinal do que esperar de si mesmo? Uns dizem que exagerar nos sonhos é o segredo, não ter limites. Outros, falam que quanto menos sonhares menor é o tombo quando nada der certo. Mas o que me dá a certeza de que algo vai dar certo ou errado? Absolutamente nada. Como qualquer mortal, desejei ver o futuro, nem que por um segundo, ver além dos meridianos da realidade, por entre as entranhas do destino, se é que existe um.
Faria diferente, pra poder pensar de outra meneira agora, mas o que foi feito não se disfaz assim como lapidar no mámore, a lasca que foi tirada nunca mais voltará ao seu lugar de origem e o que resta assumirá outra forma.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O que é limitar?
Creio que seja impedir a alma de estrapolar.
É saudável pular as barreiras?
Se é ou não, há vezes em que o faço
Certos momentos nos instigam isso
Como esse.
Pena que não existe aquilo
Seria conveniente pular as barreiras do teu olhar,
Como constrois bem essa fortaleza.

Como uma folha seca jogada no chão de outono
Espero um caminhar sonhador pisar em mim
Para simplesmente sentir o prazer de ouvir o som dos sonhos
Dos meus sonhos, dos teus, na nossa janela.
Vai ser um final de tarde que não merecia ser final.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sonhos estranhos nos deixam assim, confusos, temerosos. Claro que ao abrir os olhos percebi que tudo não passava de mais um sonho turbulento, bem como descrevem os contos, depois de morrer de medo, ou de literalmente perder a vida, abre os olhos e percebe que tudo fora criação do seu imaginário. Mas será que esse sonho não quer dizer nada? Se assemelha muito com aquele de anos atrás, que nunca mais foi embora. Na verdade não gosto de coisas persistentes assim. Algum sentido óbvio deve ter.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Há dias que não são dias, são páginas loucas para serem viradas, lidas e usadas. São páginas de um livro amarelado largado as traças, vivendo sobre o descaso e o medo.

É bom saber que a vida dificilmente é aquilo que a gente escreve, sempre tem um quê de imaginação em meio a cada palavra. Minha sorte é essa, até porque aquilo que eu escrevo é sem sentido e minha vida, parece estar seguindo um rumo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Enquanto caminhava, olhava pra frente, nada além disso porque meus olhos estavam longe do horizonte, a passos rápidos e braços nervosos carreguei um peso, o peso de meus pensamentos...

É como atirar no escuro

É esperar de você mesmo algo imaterial, é como querer segurar o amor com os dedos e não largar nunca mais, escrever na parede juras de amor e acreditar que assim elas serão verdadeiras, só assim. É preciso começar a ver e sentir o que não existe, ainda que os olhos não vejam, eu saberei que estarão ali.
Podes pensar naquela árvore, naquela praça, ou em lugar algum. A matéria é contrária ao pensamento, são inversamente proporcionais: quem muito pensa, pouco toca. Em contrapartida, quem faz juz a hierarquia racional sabe o que está fazendo, mas perde o encanto de dançar no escuro.
E sobre a janela do tamanho de nossos sonhos? Está cada vez maior. Como tudo tem um lado ruim, vejo a realidade através dela e, pra ser bem sincero, tenho medo dela e, olha que engraçado, é o próprio medo que faz com que ela cresça, porque quanto mais temo, mais devaneio.
Escrevi onde ninguém lê, o que nunca lerão. As palavras são eternas e não há quem as façam mortais, ainda bem. Eu sei onde está e o que é.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

No way

Nada vai mudar meu mundo, nada. Independente de o sol nascer mais cedo ou da lua surgir em meio a um manto lilás ou quem sabe daquela borboleta solitária no meio de uma multidão saltitante, tudo segue o mesmo caminho, o chamado caminho nenhum.
Acordei hoje como uma criança que salta temerosa do balanço, e mesmo que aquele frio no estômago seja maior do que tudo naquele momento, sabe que mais a frente um braço acolhedor lhe dará o apoio necessário para fazer com que seus pés não sinta a bruta realidade de uma queda.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Alegria, alegria

Respirei a alegria de todos, que de forma peculiar soltavam ao acaso milhões de partículas de felicidade contagiando quem fosse, de onde viesse. Tudo muito diferente do que estava acostumado, de um colorido que não se pode descrever, a intensidade de cada cor é algo surreal.
Disfarcei o meu medo com música, alegria e um grande toque de amizade. Como diz boa parte dos 6,5 bilhões de habitantes desse mundo, "a vida é um ciclo", nessa etapa, não poderia estar tão bem com alguém que não vocês, aqueles que posso chamar de amigos, um presentes, outros que se fazem presentes mesmo não estando. E como todo ciclo, uns vão se afastando se perdendo no meio da multidão, mas mesmo de longe como um imenso farol, vejo o brilho de seus olhares, que ofuscam mais do que qualquer fantasia de carnaval.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Independente de terem sido lágrimas ou largos sorrisos, ninguém apaga essa história, porque até mesmo os trágicos filmes são merecedores de Oscar.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Era uma vez um final, que almejava para que seu começo fosse belo, repleto de sorrisos e planos exorbitantes para que na sua vez de aparecer houvesse apenas festas, crianças nascendo e um última cena de alegria ao pôr-do-sol, mas infelizmente não foi.
Foi uma chuva de lágrimas, envolto a gotas de carmim, não que o sonho tivesse acabado, mas não havia começado como deveria. Esse final ia cada vez mais se desfigurando, e aquelas belas palavras que ele guardava foram se perdendo ao longo do caminho jogadas para um alto, tão alto que nem se vê, pela tristeza de cada nova página.
Lá pelo meio da história, o começo já tinha morrido, e isso é muito triste porque a primeira impressão é a que fica, não havia como modificar, apenas restava o que não precisava restar. No meio o fim não não tinha mais esperança, apesar de já ter ouvido de outras histórias que ela é a última que morre.
Os parágrafos iam se fazendo, e o fim ia se tornando próximo, feio, esquecido e triste ele chorava a cada novo verso, mesmo que vez por outra alguém sorria, uma música tocava lá pela metade da história, mas sua hora de aparecer era cada vez mais próxima. Ele sabia que não traria felicidade e nem um abraço apertado de amigos que se encontram, muito menos aquela lágrima no olhar de uma moça apaixonada, tudo seria cinza e opaco, sem brilho no olhar de ninguém. Pensou muito em desistir, mas não teve coragem. A metada morre, e se une aos outros mártires dessa história, e o fim, temeroso pela sua hora achou conveniente dar um fim. Entregar o final, até o último ponto lutou, até que deu-se o desfecho, pois é muito melhor ter um fim do que morrer sem ele. Quando eram dadas as últimas palavras, o fim percebeu que mesmo triste, ele teve sua importância, e pela primeira vez sorriu antes de sentir o duro peso da capa ao se fechar o livro.



Certa vez, me contaram que começar uma história com "era uma vez" assassina o texto, e como por essas palavras houveram apenas mortes, por qual motivo salvar o texto?
E mais uma vez o céu está da cor do meu futuro, ou melhor do futuro de todos. Juro que isso não é agouro, é apenas a realidade você acreditando ou não.
Com minha aquarela nas mãos e um pincel quebrado, vou borrando em cima de um rascunho torto, linhas disformes sem sentido, que não seguem o cubismo nem ao realismo, retas paralelas e perpendiculares onde não voga regra alguma. Para que servem as regras afinal? Para definir o que não pede definição e excluir o que precisava ser incluído?
Imagine então se aquele sofá não fosse cor de sangue? As cores dizem muito. Mesmo depois de ter escrito, esboçado milhões de palavras, essa página pra mim ainda continua branca demais. O que é branco? O dia de hoje rima com perguntas, muitos dos pontos de interrogação que flutuam em minha mente não tem sentido algum e muito menos uma resposta, mas existem só para fazer dúvidas e inquietações quando deveria existir certeza.
Nada do que escrevi tem propósito algum, tudo foi fruto de um barulho de chuva, uma luz fraca e olhos pesados, não peça coerencia quando o inconsciente fala mais alto.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

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É o céu mais uma vez continua chorando, acho que ele deve ter um bom motivo pra tanto pranto e eu que penso ter estou aqui aos sorrisos e gargalhadas, estranho isso acho que é o nervosismo pela aproximação de um final, eu odeio isso. Queria poder carregar tudo comigo pro resto da vida, sem esquecer de nada, sem deixar de lembrar de cada cor que penetrou meus olhos, mas a vida é um ciclo e não sou o único que acredita nisso.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Neblina

Vi além da neblina, apesar do perfume caminhei rumando o desconhecido, a passos de formiga entrei naquilo que não vejo e nunca verei.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Não é preciso pressa para nada

Olhei pra fora da janela mais uma vez, como todas as outras, mas desta vez foi diferente, vi a corriqueira rua com as pessoas costumeiras, só que o olhar que os observava é que havia mudado. Afinal o que é mudar? Por mais que a chuva caia solenemente como um ritual sagrado, ou até mesmo o sol que traz brilho pra pele de quem passa, não é mais a mesma coisa que se tem a ver nessa janela. Sempre há algo além da janela estando ela fechada ou não. Certa vez ela me disse "teremos uma biblioteca enorme, com milhões de livros, um sofá cor de sangue ao canto e uma janela do tamanho de nossos sonhos" ela sorriu. Claro que não foi com essas palavras, mas esse derradeiro sorriso me fez acreditar que um caminhão de sonhos pode se tornar verdade. Outra pessoa me disse também algo sobre a felicidade "Foi encontrar alguém para quem você deseja mais felicidade do que a você mesmo. E querer ser uma pessoa melhor." e essas são as reais palavras, não tive coragem de mudar, não houve sorriso dessa vez, não houe palavra alguma de minha parte, falaria muito se fosse hoje.
O que vale mais a pena? Ver a rua de outro jeito, ter uma biblioteca ou ser feliz com a felicidade de alguém? A questão é que não preciso ter pressa pra nada, porque não há nenhum lugar que eu queira estar além daquele, desse mesmo que é fosco é inseguro. O problema é ver problemas em tudo.
Ela me disse que as estrelas realizam pedidos, eu peço pra todas as estrelas então. "Ver teu sorriso mais e mais" independente de quem sejas.



Pra você que sabe quem é, e que se ler, agradeço pelas frases, ou melhor, não só pelas frases.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Penúltimo

Eu só sei que vou sentir falta, assim como já sinto de tantas outras coisas que eu sei que nunca mais voltarão. O problema é que quanto mais se vive mais se tem momentos na fila a espera da eternidade, mas nenhum deles alcançará e isso é triste. Vendo por outro lado, as experiências vividas servem de ânimo, é uma subida constante a procura do ápice da felicidade e quanto mais caminhamos mais ele fica distante, isso é bom e ruim. Sempre no meio termo, tenho que tomar jeito.
Muitas coisas, pessoas, gestos me marcaram muito, definiram traços da minha personalidade mas o triste é saber que suas aparições foram rápidas mas duraram o tempo certo, o suficiente, sem fugir ao clichê. Tudo que me marcou pode ter sido denso e intenso, mas com o tempo, tudo fica rarefeito e cinza como as nuvens de uma tempestade que borda o céu.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A questão é acreditar que mesmo de outra cor, de outra forma tudo continuará sempre igual a esses miopes olhos. Uma mudança só é válida quando o passado não é esquecido, é dele que construo meu castelo, espero que este cresça muito, muito e muito.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Demorei?

Ao som da mesma múscia por repetidos longos minutos, adentro na madrugada com medo do amanhecer. Há dias uma preocupação toma conta da minha mente, é inevitável eu sei, não deveria ser. Todos os problemas deveriam ter uma solução rápida e indolor. Caminhar e chegar onde parece ser o fim está longe de ser a resposta.
Há muito tento ver coisas que minha visão não permite, mesmo sozinho no alto das pedras olhando o mar bater violentamente onde o homem não pode pisar, onde sua ambição não penetra, não vi nada além da fria verdade. Acho que as vezes a realidade deveria omitir algumas coisas, tudo seria como nos contos de fadas, mas rapaz acorda, não tens mais idade pra isso, desculpa. Acho que queria ter a inteligência de Violet Baudelaire pra poder resolver as coisas com uma invençao e não permitir com que nada impeça a felicidade, mas ela não vem. "Tudo sempre tem uma solução", essa frase só serve pra quem vê além, não me enquadro nessa família, mesmo tendo ao lado (no sentido figurado) aqueles que nos dizem que tudo é natural e que nada mais importa além da felicidade, mas meu amigo, chegar a ela é o problema, quem sabe encontraremos um dia, porque parece que ela corre contra nós.
Eu sei que isso não tem nexo nenhum, que esse bando de palavras empilhadas não servem pra nada além de enfeitar uma página negra com um cabeçalho sem fundamento, mas se não for isso o que vai ser?
Se não fosse assim, como seria? Tudo poderia ser diferente, e quando eu digo isso é em plenitude mesmo, o plano então é fazer outro plano e seguir em frente mesmo que este seja não fazer absolutamente nada em meio a um mundo de ocupações e afazeres.
Ao mesmo tempo que prefiro te ter longe, quero ao meu lado, acreditar no que não existe faz bem se não seria a sociedade um bando de adultos frustados, não há infancia sem conto de fadas e não há um nada sem um tudo. Acho que o ponto crucial é criar um mundo, viver nele e ser feliz para sempre.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Mais uma vez, deixe estar.

É como ter os pés presos ao chão e a cabeça no algodão puro das nuvens, dá pra entender? Uma extensão de sentimentos, imagens, cores, pessoas. Acho que somos feitos daquilo que colhemos ao longo da vida. Independente do valor, da quantidade tudo é relevante para a formação de um caráter.

Bem, quando escuto certas coisas escrevo peculiaridades, em meus ouvidos entram ondas sonoras que me lembram o dia em que a noite chegava de mansinho e eu ali, usando das palavras como minha arma mais potente, não sei se o ataque surtiu efeitos, mas bem que seria bom. O sol cada vez mais fraco e minhas palavras inertmináveis, quase que como um monólogo infindável sobre os mundos, sobre o nosso mundo. Não sei se esse mundo existe, será?

Bem, temos duas possibilidades, ou as palavras eram como múscia para aqueles ouvidos, sem fugir ao clichê, ou eram facas entrando e rasgando os sentimentos, pra ser sincero acredito num meio termo. Muitos dizem que isso não existe, se isso for verdade muitos pensamentos meus precisam ser reformulados, quem sabe até excluídos. E agora sem classificações qualitativas ou quantitativas sigo em frente colhendo vivências, experiências para cada vez mais aumentar meu arsenal, assim como aquele que decidiu pentear os cabelos para o lado errado tento modificar minha realidade, mas prometo não modificar a de ninguém, pra isso preciso de... Ah deixa pra lá, mais uma vez...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Opacidade


Verbo to be: pra ser, você precisa estar, significados distintos que caminham paralelos numa tradução literal do que pode representar você mesmo. Sou o trasparente que se transforma no opaco, e com o passar do tempo tudo se torna mais fumê.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Cavei, cavei, cavei...

Acho que sinto o vazio proveniente do esgotamento, já sentiu isso? Não que minha vontade seja de queimar o que já fora estabelecido e se tornou irreversível, mas bem que seria legal por alguns instantes sentir o vento da mudança batendo no meu rosto.
Porque tem tanta gente assim? Assim sem o que dizer e acaba dizendo tudo o que não preciso naquele momento, escutei coisas que não queria ter escutado. Hoje estou como um buraco, sem nada mais. Acho que cavei com minhas próprias mãos, seria bom ter "O manual do Coveiro", Liesel Meminger soube usá-lo, será que faria metáforas tão bem como a sacudidora de palavras?

sábado, 5 de janeiro de 2008

01:27...01:30

Há momentos que surgem porque simplesmente têm que surgir, no entanto outros precisam ser feitos, planejados. Normalmente eu deixava a vida se formar, como um mero espectador, que só diz que o filme foi muito bom, aplaude e suja a sala de cinema com milhões de grãos de pipoca, nada mais, às vezes com muita sorte tira alguma conclusão da história, às vezes. Faz isso porque não sabe o trabalho que foi fazer cada minutos de filme, imagina a felicidade do ator ao assistir a premiere, é como o Everest dos sentimentos ao lado daquele poluidor de salas de cinema. Essa comparação ridícula proveniente das ondas de sono que fecham e abrem a minha pupila, tenta ao menos, expressar o quanto me sinto na obrigação de fazer cada segundo de minha vida, apesar de não ter roteiro apenas faço o que dá vontade de fazer, cansei de esperar o final do filme e dizer que faria diferente, a questão é fazer isso agora.
Tem coisas que só faço por fazer, outras que faço a qualquer custo, também têm aquelas que adoro fazer, mas tem aquelas que não suporto o simples fato de pensar em fazer, mas se não ousar, se não sair dessa linha reta que é meu modo de pensar (em alguns aspectos) o que vou contar para os meus filhos? Que apenas aplaudi o filme que se fez em parceria com o tempo...Não quero que eles tenham essa impressão de mim.
Depois de longas horas pensando no mundo que formei e nesse que se formou, ouvindo uma massa cantante chegar em minha casa para a felicidade de meus pais, eu só vi depois disso que tenho muita coisa pra pensar ainda e na verdade não preciso definir nada, a vida é uma constante modulação de você mesmo, maleabilidade é a chave para o auto-compreendimento e consequêntemente da aparente felicidade.
É bom andar sozinho, me leva ao mais profundo dos meus pensamentos pra onde ninguém mais consegue ir, porcurando respostas onde não se pode encontrar, mas acompanhado de quem gosto não preciso disso, apenas vivo. Não tenho a necessidade de saber os porquês da vida, eles simplesmente se mostram, assim, como quem não quer nada.



PS: É tão estranho o que se faz de uma faísca de pensamento em três minutos mesmo com sono, pode ser que nada tenha sentido algum, afinal, o que tem de coerente nisso tudo? Acho que um café cairia bem, ou não.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Retina ingrata

Você já parou pra observar como um olhar denuncia? Toda trajetória, todo peso carregado, as palpebras cansadas, os olhos antes esbranquiçados como as nuvens de um dia de inverno agora são manchados de carmim como um campo de batalha glacial. É difícil julgar, mas tirar conclusões próprias e isoladas não é pecado, afinal o que é pecar?
Garanto que se pudesse ser invisível passaria o resto de meus dias observando a complexidade dos olhares que encontro pelas ruas, as vezes fechados para o exterior pois vêem coisas além do permitido pela retina, ou abertos, escancarados querendo ver o que não os diz respeito. A questão crucial é: se você tem algo a esconder, não olhe nos olhos.
Garanto a qualquer um, que os olhos são muito mais do que retina, cones, bastonetes e tudo aquilo que se lê em livros de oftalmologia, encontramos um infinito (que por sinal temos muitos), é a casa da sinestesia, o olhar pode sentir, ver, cheirar, ouvir e degustar. É onde os sentimentos mais gostam de morar

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Humilde complexidade

Eles se abriram
aliás, abrem sempre.
Caminhei, vaguei, e tentei velejar
sem vitória, naufreguei.
Me perdi nas rofundezas do oceano de mim mesmo,
odeio não ter o mapa do tesouro.
Sorte a minha ter sempre um sol,
Só não me permito dizer,
que aquele amejado lugar ao sol está em minhas mãos.
Mas quer saber? tenho a estrela,
tenho a luz, a escuridão de sua ausência ao mesmo tempo
e isto em partes igualadas e destribuidas a la Lavoisier
apenas isto, já me basta.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Pra quê titular?

Comecei bem, espero também terminar bem, o que pode perfeitamente definir esses dois primeiros dias é uma mistura de indecisão, insegurança, indiferença, amor e amizade. Acho que esses sentimentos abstratos me acompanharam por toda minha vida (não que ela tenha sido uma extistência longa, mas todo tempo é longo demais quando se vive intensamente) e hoje mais do que nunca estão presentes.
Paira sobre a minha mente também algo que nunca senti, se já conhecia estava escondido atras de outros. Sinto falta daquilo que não tive, e queria ter tido em momentos que neguei. Vida bandida. Mesmo assim, obrigado. Tenho medo, medo do próprio medo porque ele enfraquece e nos traz mais temor, não quero isso, não agora, tudo que eu não preciso é isso.
Quero sempre estar ao lado daqueles que me fazem ver o azul da vida, aqueles por quem meu coração vibra, só com eles eu me sinto completo mesmo estando partido em muitos pedaços cegos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A cor que quero sempre ver.

É, então ele finalmente chegou, decidiu dar as caras e digamos que tenha começado muito bem. O primeiro lilás me fez acreditar que, mesmo estando eu temeroso esse ano promete muita coisa boa e também aquelas que exigirão de mim força descomunal, principalmente um grande desafio de final de ano, mas quer saber, agora que ele começou não quero pensar em nada, quero apenas me desligar e ser feliz. Esquecer que tudo começa e termina viver o agora, este minuto, este segundo.
Hoje, quando meus olhos ainda não tinham descansado, caminhei sozinho por alguns minutos e olhei a mistura de cores que estava no céu, assim como o mix de sentimentos que se aloja em minha mente percebi então que noite passada foi a noite em que o muito terminou começou mais um vez, e lembra daquela página virada? Já comecei a escrever a nova, linda, branca da cor das flores e da espuma das sete ondas, essa página promete ser a melhor de todas as páginas, porque começa com o mais sublime dos sentimentos o amor. Família e amigos, preciso de mais o que? Adoro a cor da felicidade.