terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Fisiologia do medo

O medo é um vírus
Há pouco descobriram isso
Assim, não há vacina.
Talvez nem tenha dia algum
Ele é um vírus
Ele é algo que cresce e incapacita
Limita
Delimita
Transmite e constrange.

O medo, na verdade, tange o desespero
Que esperto:
Porque ali no abismo entre uma coisa e outra ele tira as flores circulantes nas veias e deixa todas à mostra, na camada mais fina da pele.
Frágeis, coitadas, vão perdendo as pétalas
O cheiro
O amor
E o sangue fica fininho
Sozinho
A espera de um novo plantio.

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