O som da vitrola dizia sim. Os pés esboçavam uma dança ao mesmo tempo em que o rosto demonstrava um tom austero e impenetrável. Dentro de suas contradições a mulher que tinha por hábito usar vestidos de chita o ano todo escutava a música que lhe fizera sorrir um dia. Aquelas notas lhe eram habituais e tinham lá no fundo um quê de primeira vez. Saiu dançando na certeza de que não sabia dançar, simplesmente porque queria ver o vento brincar de existir com o rodar de sua saia. Simples assim, sem que a vida pesasse mais que a distância entre seus pés e a felicidade de estar livre.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
O que é, então?
É o homem por não ser bicho,
É a vida por não ser pó.
E é o que for por deixar de ser.
É o destempero da alma,
É a fuga solúvel do desespero.
Tão leve seria o vento
Se não fosse ele o sentido do cheiro.
Se é o mundo, então
Que seja o peso da vida:
Fere a pele inatingível,
causa dor ao outro eu.
Morte ao fim,
Pois é a vida que à vida dá sentido
E a dor não acaba, transfere.
É a vida por não ser pó.
E é o que for por deixar de ser.
É o destempero da alma,
É a fuga solúvel do desespero.
Tão leve seria o vento
Se não fosse ele o sentido do cheiro.
Se é o mundo, então
Que seja o peso da vida:
Fere a pele inatingível,
causa dor ao outro eu.
Morte ao fim,
Pois é a vida que à vida dá sentido
E a dor não acaba, transfere.
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