domingo, 27 de abril de 2008

Quando termino de ler um livro, paro por alguns minutos como se voltasse a realidade lentamente a procura de um chão, de um suporte. Existem coisas que são ditas sem muitas explicações, já outras que necessitam de grandes explanações complexamente embasadas em acontecimentos ou fatos reais e quem sabe até mesmo fictícios. Muito mais vale acreditar na certeza de palavras curtas e concisas do que viver em um mundo que existe apenas num balão movido a dicionário. É inegável a necessidade de um vocabulário extenso, mas nada tira a força de um sim ou um doloroso não.
Existem coisas que nunca foram ditas e que provavelmente ficarão por muito tempo, ou até mesmo abraçadas a eternidade, sem serem ouvidas. Certa vez alguém me disse que a felicidade é feita pelas nossas atitudes e apenas as gaivotas que voam mais alto, como Fernão Capelo Gaivota, encontraram a si mesmo e quem se conhece com plenitude pode dizer que é por completo feliz. Pois no Pequeno Príncipe se lê que o essencial é invisível aos olhos, digo que meus óculos vêem o invisível, não me faço especial, apenas percebo a intenção da frase, mais importante do que o material é aquilo que não se toca, tudo o que podemos sentir, sinestesia é uma qualidade pertencentes poucos. Além de coisas, me lembro de momentos, únicos e ímpares feitos por causas ínfemeas, seja um tapa na cara, seja uma conversa ou quem sabe o próprio silêncio. Na verdade as circunstâncias são as maiores culpadas, tudo provém deles e elas, ironicamente, são oriundas de nós mesmos. Tudo é tão grande aos meus olhos, que daqui de baixo tudo é ofuscado e às vezes sem sentido a esses olhos míopes.
Se fico imaginando o inimaginável ao terminar um livro, o que se pensa quando termina-se de ler um descargo de palavras?

3 comentários:

Bruna Vicente disse...

Você vê mais do que imagina, pois tens consciência que não vê nada, e isso é coisa difícil de admitir.
Ah e as palavras curtas, ou mesmo o silêncio já falam por demais ;)

Flávio Dantas disse...

mto bom...
vamos nos linkar?

Flávio Dantas disse...

te linkei! :}