sábado, 20 de agosto de 2011

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Acorde. Olhe para a janela e veja que além dela não existe nenhum sol que não o seu. Porque toda essa falta de graça vem da tua óptica escassa de não perceber o que é meu. Deixe que a ferida queime, que a dor se faça. Cale a tão distante farsa, ela não é mais daquelas que se teime. É uma sóbria mentira da vida estranha de ser caça. Maldita hora que se retira a mágoa e surge a desgraça de um olhar perdido. A solidez de um horizonte que pira traz a fluidez de um presente maldito na boca de alguém vencido. Durma. Olhe para a sua janela e veja que dentro dela não existe mais um sol que não é seu. Tal qual Perseu, leve à Medusa a mudez da manhã inexistente e sorria pela força petrificada de um olhar que outrora era opaco e carente.

3 comentários:

foi disse...

Parabéns Gu! Quem sabe um dia escreva assim tão bem.

Luísa disse...

"É uma sóbria mentira da vida estranha de ser caça"

Adorei :)

Geni disse...

Que coisa mais linda. Que coisa mais linda! Linda...