Não te faça de exausto,
esse olhar não mais engana:
tens alma de Fausto.
E ainda carrasco,
perca essa falsa chama
e degole teu próprio asco.
Brigue, grite, clame
Talvez assim, entregue,
sejas menos infame
E, por pena,
alguém te carregue.
Mas que seja breve
e para longe
alguém te leve,
antes que te definas
que te imprimas em mim
e, feito morfina,
me deixes assim:
És, no fim, a coisa.
Aquela que só eu conheço,
o pacote que eu guardo,
a vida que esqueço.
Um comentário:
Uau, que poema mui fuerte...Se eu alguém me perguntasse dele eu diria, que é o Poema do Âmago.
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