sábado, 19 de janeiro de 2013

é | mas

Entre o é e o mas existe uma barreira. Um muro de diversos tamanhos: grande, pequeno, insignificante, nada. Quem afirma, quando ressabiado, pode confiar na adversativa a certeza da aceitação, porque, afinal, o que se procura é esse sim do outro, esse quê de você-está-certo em todo e qualquer olhar. Aí o muro é pequeninho, é minúsculo é a minúcia que não se percebe, a opinião fantasiada de é-isso-o-que-você-quer-ouvir. O que se quer ouvir é o conforto do pode-ser. Esse muro é um dos poucos que faz sentido (porque dá mais sentido) e que eu rezo pra que cresça. Que ganhe força e tamanho pra que o é fique tão independente desse mas a ponto de gritar e calar o lado que pende. O lado que move para ser movido. O lado fraco, vencido. 

4 comentários:

Capitu disse...

Gosto de gente que é aquilo que não sou. Quando canso de mim, o que acontece muitas vezes num so dia, tenho chance de sobreviver, enxergando o mundo pelos olhos desse outro. Esse outro, que sempre aparece com tudo aquilo que faz eu me cansar de mim. E nessas horas, de um lado é mas, do outro lado também.

Geni disse...

Algumas coisas simplesmente são, né? Podem até deixar de ser em algum momento, mas agora, são.

Bruna Vicente disse...

"o que se procura é esse sim do outro, esse quê de você-está-certo em todo e qualquer olhar".

E se esse sim for um não?

Geni disse...

Poderia ficar lendo até o dia raiar...:)