sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Escrever

O que importa é brincar.
É fazer da palavra o rastro,
da frase o caminho.
O sentido a gente vai achando
aos pouquinhos,
como as pedrinhas que ficam
e constroem um castelinho.

3 comentários:

Geni disse...

Ai, que delicinha!

Bruna Vicente disse...

Ah que coisa mais linda!

Anônimo disse...

Triste é quando a um sentimento, por ser julgado suspeito, é negada a experiência da descoberta do sentido — repito, sentido, aquilo que se sentiu. Pois há, no temor daqueles que, tão logo começam a sentir, já condenam, um apreço e uma pressa por sentença: você não, isto jamais. E a própria escrita, para raros um dom, torna-se prisão para as palavras daquele que não pôde sentir, aquele que não deveria ter sentido, até que ele, enfim, cale, covarde. Concluiu, da forma cruel, que o fazer dos versos não é lá tão difícil, que as mais belas construções frasais, mesmo os mais suntuosos castelos de letras, são tão frágeis diante do sentimento, porque toda e qualquer palavra é possível... Mas nem todo verbo, diante de quem o conjuga, é passível de ser sentido.

Quando é assim, põe na conta da maré. Que, no vaivém das ondas do mar, venham abaixo os erros e as culpas e os excessos e as faltas e a beleza no engano e o pavor do desumano, até que não sobre pedra sobre pedra, pedrinha sobre pedrinha. “Bem aventurados os esquecidos, pois tiram o melhor proveito de seus equívocos.”