terça-feira, 6 de novembro de 2012

Embriagada

Parecia dia de festa, eu estava bonita. Meus olhos, acostumados com a penumbra, viram tantas luzes que, perdidos, ganharam uma órbita elíptica onde um dos focos tinha nome e sobrenome. Aquele. Vi-me inteira, sem medo, apesar de quase cega com tanta luz. Não era uma luz convencional, visível. Era uma luz que me aquecia, fazia de mim alguém que os dias não eram. Não fui de vestido, nem de blusa rosa, fui de mim. E a obliquidade do pronome vem na tentativa de procurar alguma semelhança com o meu lançamento em direção à vida. Lancei-me. Subi, perdi velocidade, ganhei velocidade e caí. Foi bom. Os braços fracos e os peitos cheios pelo vazio de um sutiã amorteceram a queda e valorizaram o que mais tenho de mim: resiliência. Saltei da festa, na festa e para a festa. Festejei, enfim, minhas formas, meus sabores naqueles abraços repletos de pedaços completos daquilo que me forma. Sou a sóbria bêbada de... Pode ser de ti?

2 comentários:

Rita Flores disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Geni disse...

Te amo, apenas.